sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Biografia do pintor Tomás José da Anunciação

Retrato de Tomás José da Anunciação, gravura sobre papel china acinzentado, 1859. Autoria de Joaquim Pedro de Sousa - Museu do Chiado/Museu Nacional de Arte Contemporânea.

Dia 26 de Outubro (aqui)

Aqueduto de Lisboa, c. 1850, litografia (desenho do natural) - Biblioteca Nacional Digital.
Tomás José da Anunciação nasceu a 26 de Outubro de 1818 em Lisboa, na freguesia da Ajuda. Oriundo de uma família de escassos meios, desde cedo mostrou o seu talento. O pintor revelou inclinação para o desenho, explorando a natureza e cenas rurais. Iniciou a sua carreira como desenhador do Museu de História Natural. A sua formação artística continuou na Real Academia de Belas-Artes de Lisboa, onde entrou em 1837, com 19 anos, sendo dos primeiros a matricular-se.
A pintura de Tomás da Anunciação começa a ser reconhecida quando estabelece relação com o rei D. Fernando de Saxe-Coburgo e Gotha - marido da rainha D. Maria II - que em 1848 lhe adquiriu uma tela, tendo a sua fama progredido a partir de então, registando numerosas incumbências. 

Animais (boi da Beira), lápis sobre papel, século XIX - Museu do Chiado/Museu Nacional de Arte Contemporânea.
Paisagem com animais, óleo sobre tela, 1851 - Museu do Chiado/Museu Nacional de Arte Contemporânea.
Vista da Amora, paisagem com figuras, óleo sobre tela, 1852 - Museu do Chiado/Museu Nacional de Arte Contemporânea.
A obra de Anunciação foi suscitando em Portugal o interesse de cada vez mais investidores, as encomendas provêm do duque de Palmela, conde de Carvalhal, conde Daupiás e também alguns pintores como Delfim Guedes (futuro conde de Almedina) e Luís Tomasini. O acolhimento da obra de Tomás da Anunciação concedeu-lhe em 1852 a entrada na Real Academia de Belas-Artes como professor substituto da cadeira de Pintura de Paisagem, Animais e Produtos Naturais. A sua candidatura foi aceite depois de mostrar as obras Vista Tirada do Sítio da Amora, uma composição de nome Flores e um estudo de Uma Árvore. Assumiu as funções de professor catedrático com o quadro Vista de Penha de França, em 1857.
Em 1856, organizou uma exposição colectiva ao lado de Metrass, Cristino, Anastácio Rosa, entre outros nomes, na qual exibiu oito pinturas e duas água-fortes. O famoso quadro O Sendeiro é um dos que figuraram na exposição.
O sendeiro, óleo sobre madeira, 1856 - Museu do Chiado/Museu Nacional de Arte Contemporânea.
Vista da Penha de França, óleo sobre tela, 1857 - Museu do Chiado/Museu Nacional de Arte Contemporânea.
Vista de uma parte da feira do Campo Grande, litografia aguarelada (desenho do natural), 1960 - Biblioteca Nacional Digital
Fundou a Sociedade Promotora de Belas-Artes (1862-1881), onde fomentou diversas exposições. Obteve a medalha de honra na Exposição Industrial do Porto (1865).
Anos mais tarde em 1867, com 49 anos, realizou a sua primeira visita a Paris por ocasião da Exposição Internacional para a qual fora seleccionado. Nesta cidade tomou contacto com as obras de mestres como Palizzi, Claude Lorrain, Constable, Rousseau e os pintores de Barbizon. A sua pintura a partir de então conheceu um novo alento. Expôs pela primeira vez em Madrid (1871), tendo sido premiado com a Medalha de Prata.
Em 1974, a sua saúde debilita-se mas continua a passear pelo campo estudando ao vivo os animais. Por nomeação régia foi professor da rainha D. Maria Pia - mulher do rei D. Luis I - e director da Galeria Real da Ajuda. Já no final da vida e doente, foi director da Real Academia de Belas-Artes (1878).
A vasta obra de Tomás José da Anunciação, com temática paisagista e animalista, manifesta influências tanto do romantismo como do naturalismo realista. Faleceu em 1879 após uma congestão pulmonar. Silva Porto ocupou o seu lugar no ensino da pintura. A sua obra está representada na Casa-Museu dos Patudos, Alpiarça, no Museu Grão-Vasco, Viseu, no Solar do Monteiro-Mor do Juncal, Estremadura, no Museu Quinta das Cruzes, Madeira e no Museu do Chiado/Museu Nacional de Arte Contemporânea, Lisboa.

Feira de Gado, óleo sobre tela, 1861 - Museu Quinta das Cruzes, Madeira
Na Eira, óleo sobre tela, 1961 - Museu do Chiado/Museu Nacional de Arte Contemporânea.
À entrada do aprisco, óleo sobre tela, 1873 - Museu do Chiado/Museu Nacional de Arte Contemporânea.
O vitelo, óleo sobre tela, 1873 - Museu do Chiado/Museu Nacional de Arte Contemporânea.

Fontes:

http://mjm.imc-ip.pt/pt-PT/biografias/ContentDetail.aspx?id=166
http://www.museuquintadascruzes.com/pt-PT/Coleccoes/pintura/ContentDetail.aspx?id=266
http://naturlink.sapo.pt/Lazer/Cultura-e-Natureza

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