quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Oceânia - culto aos ancestrais

Máscara, cerca de 1900, Nova Bretanha, Papua-Nova Guiné - Museu  Etnológico de Berlim
A distribuição geográfica no uso de máscaras na Oceânia é distinta: estão quase que exclusivamente concentradas na - Papua-Nova Guiné - Melanésia (Nova Guiné, Nova Irlanda, Vanuatu, Nova Caledónia), nas outras regiões recorrem à máscara de forma esporádica ou informal, preferindo tatuagens e cicatrizes. 

Na Melanésia a arte é de uma diversidade extraordinária. Os objectos não têm importância por si, eles não são feitos para demonstrar beleza ou para fomentar impressões agradáveis; os objectos melanésios - máscaras incluídas - devem ser considerados dentro de um contexto cultural, social e religioso complexo, em que o culto aos ancestrais e a relação com o mundo dos mortos é de suprema importância.

Os rituais melanésios formam um sistema análogo ao mundo das palavras: eles não figuram uma história mas dão a conhecer as diversas acções, portadoras de sentido, livres de qualquer explicação; o objecto em si, envia uma mensagem que não pode ser traduzida verbalmente. Os objectos de arte melanésios, sagrados e profanos, são considerados como veículos de comunicação não verbal, destinados  aos Homens e aos Outros, quer se trate de ancestrais, divindades, forças naturais  ou espíritos.  A arte melanésia não é evidente: ela faculta vários significados e níveis de leitura para cada um dos seus artefactos, que podem ser interpretados de maneira diferente, dependendo da natureza da pessoa, da idade, do grau de conhecimentos e do grupo familiar. 

Este sentido profundo - que implica a necessidade de alteração da forma e da cor – faz das máscaras os suportes privilegiados ainda que fugazes de comunicação com os antepassados.  

Máscara, "Murua", madeira, esponja, pigmento (povo da Nova Irlanda), cerimónias Malanggan, 1890. Papua-Nova Guiné - Los Angeles County Museum of Art
Máscara, "Tatanua", madeira, fibras, cascas (povo da Nova Irlanda), cerimónias Malanggan, final do século XIX. Papua-Nova Guiné  - Los Angeles County Museum of Art
Máscara, madeira (povo de Nova Caledónia), 1820. Papua-Nova Guiné - Los Angeles County Museum of Art
Máscara "Lor", madeira, fibra, fragmentos de crânio humano, cabelo humano, pigmentos ( povo  Tolai ), cerca de 1900. Papua-Nova Guiné - Los Angeles County Museum of Art
Máscara, madeira, fibras, pigmentos (povo da Nova Bretanha), séculos XIX - XX.  Papua-Nova Guiné - The Metropolitan Museum of Art
Máscara "Eharo", cana, pigmentos, barkcloth  (povo de Elema), século XX.  Papua-Nova Guiné - The Metropolitan Museum of Art
Máscara "Tatanua", madeira, fibra, pigmentos, barkcloth (povo da Nova Irlanda), séculos XIX - XX. Papua-Nova Guiné - The Metropolitan Museum of Art
Máscara  "Eharo", barkcloth, fibra, bambu, pigmentos (povo Elema), século XX. Papua-Nova Guiné - The Metropolitan Museum of Art
Máscara, madeira pigmentos, fibra (povo Biwat), séculos XIX - XX. Papua-Nova Guiné - The Metropolitan Museum of Art

Máscara, madeira, penas, fibra, resina, pigmentos (povo do Estreito de Torres),  meados do século XIX. Austrália - The Metropolitan Museum of Art
Máscara (rara), madeira, bambu, pigmentos (povo de Bougainville), séculos XIX - XX. Ilhas Salomão - The Metropolitan Museum of Art
Máscara "Yam", fibra, pigmentos (povo Abelam), século XX. Região do rio Sepik, Papua-Nova Guiné - The Metropolitan Museum of Art
Máscara "Kavat" (povo Baining), madeira, fibra vegetal, pigmentos, 1950?-1990? Nova Bretanha, (Melanésia) Papua-Nova Guiné - Museu Internacional do Carnaval e da Máscara de Binche

Máscara-capacete, coruja, fibras vegetais, 1920?-1970? Nova Irlanda, (Melanésia) Papua-Nova Guiné - Museu Internacional do Carnaval e da Máscara de Binche


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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Evasões - Bragança

Bragança é uma cidade portuguesa, capital do Distrito de Bragança, situada em Trás-os-Montes. É sede de um dos municípios portugueses com maior área, 1 173,6 km², com 35 341 habitantes e subdividido em 49 freguesias. A cidade foi fundada no século II a.c. e baptizada pelos celtas de Brigantina. D. Sancho I concede-lhe foral em 1187 d.c., liberta-a do cerco de Afonso IX de Leão em 1199 d.c. e denomina-a definitivamente de Bragança.

A região está repleta de história, de património e de paisagens maravilhosas, com destaque para o Parque Natural de Montesinho. No concelho de Bragança existem vinte e nove imóveis classificados, seis como monumentos nacionais, vinte e um como imóveis de interesse público e dois como imóveis de interesse municipal. Existem, também, diversos edifícios e vestígios arqueológicos.

Jardim do Castelo - Bragança
Bragança


Praça de Camões - Bragança
Centro de Arte Contemporânea Graça Morais - Bragança
Museu Ibérico da Máscara e do Traje - Bragança
Museu do Abade de Baçal - Bragança
Veado (Rio de Onor) - Bragança

Fontes:
http://www.cm-braganca.pt/PageGen.aspx
http://www.montesinhovivo.pt/site/index.php
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bragan%C3%A7a_(Portugal)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

África - cerimonias e rituais

Máscara "Kpeliye'e" ( povo Senufo ), madeira, chifres, ráfia, pano de algodão, penas, séculos XIX- XX. Norte da Costa do Marfim - The Metropolitan Museum of Art
Em África, o saber e a experiência é transmitido oralmente de geração em geração, através de mitos e lendas. Estes são melhor entendidos quando ilustrados por máscaras, que constituem um suporte visual a este modo de transmissão. O uso de máscara é eficaz na África Central e Ocidental, em outras regiões, satisfazendo o determinado pela regra do Islão, é impedida qualquer representação da divindade homem e animal. 

As máscaras, com a sua variedade de formas e materiais, são a ligação entre seres e objectos portadores de alma, recebendo uma porção do mundo espiritual. No meio da Terra estão antepassados, animais e plantas, incorporados numa máscara, evidenciando as forças essenciais da natureza e as forças ocultas com que o homem tenta fazer as pazes. Estas obras de arte africanas não são estabelecidas pela idade ou qualidade artística, mas antes, pela importância da sua utilização e no respeito pelos rituais ancestrais, impulsores da sua fabricação.

Em África, todas as fases de desenvolvimento de uma máscara são ritualizadas, desde a selecção dos materiais e cores, até à sua quebra ou destruição, nada é deixado ao acaso, a máscara tem uma alma... Isto não significa que o aspecto estético não seja importante, a máscara é poderosa.

Quando a tradição de máscaras se instala no quotidiano das pessoas, os géneros evoluem, mudam esteticamente, as influencias multiplicam-se, apenas  o sagrado perdura.

Máscara "Kpeliye'e" ( povo Senufo) , madeira, pigmento, séculos XIX-XX. Burquina Faso - The Metropolitan Museum of Art
Máscara-capacete "Dondo", madeira, fibra vegetal, 1920-1970. Burquina Faso - Museu Internacional do Carnaval e da Máscara de Binche
Máscara, antílope "Zumble" (povo Guro), madeira, pigmento, séculos XIX-XX. Costa do Marfim - The Metropolitan Museum of Art
Máscara "Gu" (povo Guro), madeira, pigmento, séculos XIX-XX. Costa do Marfim - The Metropolitan Museum of Art
Máscara, falcão "Duho" (povo BWA), madeira,  pigmentos, fibra, séculos XIX-XX . Burquina Faso - The Metropolitan Museum of Art
Máscara (povo BWA), madeira, pigmento, século XX. Burquina Faso - The Metropolitan Museum of Art
Máscara, cabra "Je", ( povo Guro ou Baule ), madeira, penas, algodão. Costa do Marfim - The Metropolitan Museum of Art
Máscara, coelho "Dyommo" ( povo Dogon ), madeira, pigmento, séculos XIX-XX. República do Mali, Bandiagara - The Metropolitan Museum of Art
Máscara, elefante "Aka" (povo Bamileke), algodão, grânulos de fibra, séculos XIX-XX. Camarões - The Metropolitan Museum of Art
Máscara-capacete (povo Yaka) madeira colorida, ráfia colorida, 1910?-1970? Kwango, República Democrática do Congo - Museu Internacional do Carnaval e Máscaras de Binche
Máscara "Agboho mmuo", espírito da menina (povo Igbo), madeira colorida, 1940-1986 . Anambra, Nigéria - Museu internacional do Carnaval e da Máscara de Binche
Máscara "Pwo" (povo Chokwe), madeira, fibra, bronze, pigmento, séculos XIX-XX. Angola - The Metropolitan Museum of Art
Máscara "Kanaga" (povo Dogon), madeira, fibra, pigmento, século XX. República do Mali - The Metropolitan Museum of Art

Máscara, cão (grupo cultural Maconde) madeira, século XX.  Moçambique - Museu Nacional de Etnologia

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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Carnaval no mundo (público.pt )

BRASIL. Escola Águia de Ouro no Sambódromo de São Paulo. Yasuyoshi Chiba/AFP
O espírito carnavalesco é celebrado um pouco por todo o planeta e, entre tradições e modernidades, a diversidade de registos é sempre fascinante. Volta ao mundo dos carnavais em grandes fotografias. O Brasil comanda a festa. Fotogaleria de Fugas (20-02-2012)

BRASIL. A preparar um carro alegórico da Beija-Flor, no Rio de Janeiro. Vanderlei Almeida/AFP
COLÔMBIA. A preparar as pinturas para o Carnaval de Barranquilla, declarado Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Joaquin Sarmiento/Reuters
SUÍÇA. No Carnaval de Lucerna. Michael Buholzer/Reuters
ESPANHA. Desfile dos "peliqueiros" (cabeleireiros), tradição do Entroido de Laza, perto de Ourense. Pedro Armestre/AFP
PORTUGAL. Um "diabo" passa frente a uma igreja em Lisboa. Hugo Correia/Reuters
Fonte:
http://fugas.publico.pt/Fotogaleria/300859_um-mundo-de-carnavais

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Máscaras de Veneza (público.pt)

Stefano Rellandini/Reuters

Por Veneza, são dez dias de festa de um dos carnavais mais especiais do mundo. Entre bailes e excessos barrocos, máscaras de fausto teatral e figurinos únicos, a cidade dos canais torna-se cenário de um Entrudo repleto de história e excentricidades. Passeio por grandes imagens deste Carnaval dell’ Arte. Fotogaleria de Fugas (17-02-2012)


Laurent Kalfala/AFP
             

Andrea Pattaro/AFP
Fonte:
http://fugas.publico.pt/Fotogaleria/300768_mascaras-de-veneza#1

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Loucas esculturas de sapatos

Entre esculturas mais 'simpáticas' e caras aterradoras, há um pouco de tudo. Por isso, esta série fetiche de pés, mistura o que há de divertido e bonito nos sapatos com o que há de mais louco no pé (humano).

A artista, Gwen Murphy, frequentou um curso de Mestrado na 'Boston University College of Fine Arts' e já expôs o seu trabalho em várias galerias e museus nos Estados Unidos.

Eis um trabalho que pode atrair a sua atenção, e simultaneamente repeli-la.
Inês Alves, 24-01-2012, Sábado









Fonte:
http://www.sabado.pt/Multimedia/FOTOS/-span--b-Artes-b---span-/Fotogaleria-(238).aspx